Diminuição dos visitantes chineses
A Tailândia está a fazer uma viragem no meio de uma queda contínua nas chegadas de turistas chineses. De janeiro a junho de 2025, o país recebeu apenas 2,3 milhões de turistas chineses, um declínio acentuado em relação aos 3,4 milhões de 2024.
Antes da pandemia, os visitantes chineses representavam cerca de 28% do mercado turístico da Tailândia. Este ano, porém, este número é de apenas 13-14%. As autoridades tailandesas prevêem que o total de chegadas de turistas chineses atingirá apenas 4 a 5 milhões em 2025.
Apesar de a Tailândia ter restaurado a isenção de vistos para a China, o declínio é atribuível ao rapto do ator chinês Wang Xing. Este facto pode ter afetado negativamente a confiança dos viajantes em visitar a Tailândia.
Tailândia muda o foco do turismo
Para compensar o défice, a Autoridade de Turismo da Tailândia (TAT) está a procurar mercados alternativos. Estes incluem, em particular, os visitantes do Médio Oriente que gastam muito dinheiro e os viajantes de curta distância do Sudeste Asiático.
“O mercado do Médio Oriente é um fator de apoio que ajuda a impulsionar as receitas do turismo, uma vez que atualmente regista um crescimento de cerca de 17% a 18%”, afirmou o governador da TAT, Thapanee Khiatpaibool. “Precisamos de aumentar o volume de chegadas do Médio Oriente e das companhias aéreas”.
Apesar de ter reduzido a sua meta de turistas estrangeiros de 40 milhões para 35 milhões, a Tailândia ainda espera que as receitas do turismo atinjam 2,8 biliões de baht. O turismo internacional deverá contribuir com 1,6 biliões de baht desse total.
Mercado do Médio Oriente em foco
A Tailândia está a aumentar os voos diretos a partir de cidades como o Dubai, Riade e Doha. Além disso, está a comercializar pacotes de viagens de luxo e de bem-estar para os turistas do Médio Oriente.
De acordo com os dados da TAT, as chegadas de turistas do Médio Oriente aumentaram mais de 17% no início de 2025. Em geral, estes visitantes também gastam mais por viagem do que muitos outros.
Além disso, a Tailândia está a trabalhar com as companhias aéreas para promover experiências de viagem de qualidade e aumentar a capacidade de lugares.
O Sudeste Asiático oferece estabilidade
Entretanto, o Sudeste Asiático oferece fluxos turísticos consistentes e de curta distância. Especificamente, os viajantes da Malásia, de Singapura e da Indonésia constituem agora uma parte maior das chegadas regionais.
Para prolongar a estadia dos visitantes e aumentar as despesas, a TAT lançou campanhas digitais. De um modo geral, os especialistas tailandeses em viagens consideram que estes mercados próximos são mais resistentes em tempos de incerteza global em matéria de viagens.
Consequentemente, a Tailândia está a dar prioridade às parcerias regionais e a simplificar os procedimentos de entrada para atrair mais viajantes dos seus vizinhos.
Nova estratégia de turismo da Tailândia
A Tailândia não é a única a perseguir novos mercados. De facto, a Malásia ultrapassou-a recentemente em termos de chegadas de turistas no primeiro trimestre de 2025.
Consequentemente, a concorrência na região está a intensificar-se. No entanto, a Tailândia pretende diferenciar-se, concentrando-se nos turistas de “valor em vez de volume” provenientes de mercados de elevado valor.
Além disso, o país também continua a visar os visitantes dos EUA e da Europa, onde as despesas per capita são mais elevadas.
Perspectivas para a Tailândia
De um modo geral, a estratégia de diversificação da Tailândia é prometedora. Mas o seu sucesso dependerá da execução – especialmente das parcerias com as companhias aéreas e das ofertas turísticas adaptadas.
No entanto, o afastamento da dependência excessiva da China poderá beneficiar o país a longo prazo. Se os novos mercados se expandirem, a Tailândia poderá estabilizar as receitas, apesar de uma queda nas chegadas.
Por enquanto, o reino está a apostar num apelo mais amplo e em mercados de origem mais resistentes para manter a sua indústria turística à tona.